28/12/2011

Flowing

Essa postagem é para falar um pouco sobre a minha visão sobre o Flow, ou fluxo, tão falado no universo do Parkour.

Eu vejo o Flow como a energia ou um estado de mente e corpo que mantém o traceur movimentando-se em velocidade constante. É a capacidade de se mover com um ritmo que não pode ser parado, independente dos obstáculos no caminho.


"Vemos a cidade de um jeito diferente. Vemos Fluxo. O fluxo é o que nos mantém correndo, nos mantém vivos." (Faith, Mirror's Edge)


Explicar o que é o Flow é um tanto complicado, pois é uma pulsação que só pode ser sentida quando se move.
Desenvolver o Flow é iniciar um movimento, sem necessariamente terminar um para começar outro, ligando um ao outro com velocidade constante.
Manter o Flow não significa em todos os casos estar em alta velocidade, mas nunca reduzi-la, sejam quais forem os obstáculos.
Alcança-se o Flow quando são combinados na medida certa:


  • Velocidade: durante todo o percurso.
  • Técnica: para movimentos limpos, seguros e bem executados.
  • Equilíbrio: para movimentação sobre corrimãos, barras e espaços limitados.
  • Resistência: para suportar os impactos, sem danos, e percorrer longas distâncias.
  • Força: principalmente para escaladas e subidas em geral.
  • Foco: no obstáculo atual e no próximo, principalmente quando uma posição de pé errada pode ser fatal.
  • Respiração correta: sem fôlego ninguém dura até o final.


A ligação dos movimentos deve ser segura e limpa, porque assim o Flow se mantem por muito mais tempo. Não vale muito quando "cada obstáculo, uma lesão", pois uma série de pequenos erros leva a um grande erro, e não prejudica apenas o fluxo, mas o traceur que o faz!

"Clássica essa né?"

Pensar nessa movimentação direta, sem paradas, sem redução de velocidade, equilíbrio impecável, técnica apurada e força perfeita pode parecer exagerado e um tanto idealista demais. Mas o Flow não é uma coisa que se consegue tomando uma lata de Red Bull. É algo que se conquista com o tempo, com treino e dedicação.

Isso faz do Flow a pedra filosofal do Parkour. É o que buscamos, a habilidade máxima, gerada pela combinação perfeita de todas as habilidades.



Que o Flow esteja com vocês!

Sempre avançando... em busca do Flow!

07/12/2011

Manifesto Parkour (ABPK)

A Associação Brasileira de Parkour (ABPK) divulgou há pouco tempo um documento que é de interesse de todos os traceurs em seu site (www.abpk.org.br): o Manifesto Parkour. Segundo a mesma, é "um documento que visa esclarecer conceitos e definições sobre a prática para que fique claro e transparente a forma pela qual promoveremos nossas atividades".

O Manifesto ainda não foi registrado em cartório e a ABPK disponibilizou seu download para fins de consulta (clique aqui para baixá-lo). Nele, consta os conceitos e definições do Parkour, adotados pela ABPK. "Seria interessante que qualquer crítica, sugestão, acréscimo, subtração e opinião fosse direcionada a diretoria". Isso pode ser feito por email (diretoria@abpk.org.br) ou por meio da sessão "Comentários" da postagem original (postagem original).

O Avancé Parkour Équipe apóia o Manifesto e pretende ajudar na sua divulgação. Segue abaixo uma reprodução do mesmo:

"Parkour
Manifesto, Conceitos e Definições Adotados pela ABPK

A ABPK, procurando proporcionar maior entendimento e transparência, manifesta-se neste documento, esclarecendo os conceitos e definições que entende como Parkour, os quais reconhece e procura defender e/ou promover em suas iniciativas e atividades.

O Parkour surgiu na década de 80, em Lisses, na França, criado por David Belle, um ex-militar e bombeiro, que adaptou técnicas militares de deslocamento e treinamento a qualquer ambiente. A prática consiste em movimentar-se livremente de um ponto a outro, utilizando apenas o corpo como ferramenta.

A ABPK entende como Parkour o conceito original, concebido e difundido pelos pioneiros da atividade:

"Parkour é a prática corporal e fenômeno cultural, que se desenvolveu a partir do princípio de se deslocar de um ponto a outro, de forma rápida, segura e eficiente, utilizando apenas o corpo como ferramenta, como disseminado por David Belle".*
(ABPK 2011)
*Definição oficializada pela associação para fins de divulgação da prática e conrole interno de suas ações.

  • Trata-se de disciplina corporal não competitiva, cujo objetivo é avançar em um percurso qualquer através de técnicas de deslocamento - correr, saltar, escalar, etc. adaptada para maior eficiência.
  • Uma forma de fortalecimento consciente e progressivo, com base no treinamento físico - alicerce para o treinamento técnico e mental -, fundamentado na autopreservação e no desenvolvimento continuado. Portanto, a proteção à integridade física e à manutenção da longevidade saudável são partes inseparáveis da rotina de treinamento.
  • O Parkour procura desenvolver plenamente seus praticantes através da auto superação, assim, a cultura ao treinamento árduo beneficia não apenas a forma física, mas passa a integrar a essência do praticante, gerando um ser humano completo, físico, mental e socialmente.
  • Trata-se de uma disciplina, pautada na evolução pessoal, sendo as tentativas/iniciativas de esportivização (instituição de regulamento, competições ou campeonatos, criação de clubes, times ou equipes rivais) incoerente. Assim não reconhecemos o Parkour como um esporte dentro desses critérios.
  • Igualmente, o Parkour não pode ser classificado como esporte radical ou de aventura. O foco concentra-se no desenvolvimento seguro e gradual das habilidades, no julgamento das situações e na autonomia do indivíduo.
  • Intrínsecas à prática e à cultura do Parkour, existe uma ideologia pautada em valores de altruísmo e liberdade, promovendo a solidariedade, o não preconceito e o respeito mútuo.
Assim sendo, a ABPK posiciona-se favorável a praticantes e/ou entidades que resolvam promover a prática desde que compartilhem, defendam e apliquem os conceitos e definições aqui reconhecidos como Parkour de forma positiva perante a sociedade."


19/07/2011

Obrigado!

Acabei de chegar de um treino. Um dos melhores de todos. E essa é uma postagem de agradecimento!

Eu, Gabriel e Matheus combinamos de fazer hoje à noite um treino monstro, bruto, no melhor estilo Hell Night. E esse foi, sem sombra de dúvida, um grande treino, pra ficar na memória. Foram voltas de quadrupedal, cat walks, climbadas, wall walks, sprints e mini percursos na mais pura brutalidade. E era o estar lá juntos, unidos, que nos mantinha de pé e seguindo em frente. Por mais que fossem as dores, os calos abertos, a sede e o cansaço nos mantivemos firmes.

Gostaria de agradecer a esses dois grandes amigos pelo apoio, por cada gota de suor compartilhada, por cada momento de silêncio e respiração, porque esse "sofrimento" mútuo é muito bom!

Obrigado por tudo. Estamos juntos pro que der e vier!


Sempre avançando!

17/07/2011

Aceitação: Uma nova definição?

Ir de um ponto ao outro. Ser rápido, eficaz, forte para ser útil. O deslocamento que se faz em determinado espaço. Um percurso feito por alguém. Atividade física que consiste em superar obstáculos e se deslocar no espaço.


Muitos já fizeram diversas definições do Parkour, do que ele representa e suas vantagens, em um mundo caótico como o que vivemos hoje. Mas o que poucos entendem, é que a chave para tudo que se faz na vida é a aceitação. Creio que são poucas as palavras de significado tão complexo e vasto quanto essa. Uma bela definição para o Parkour poderia ser "aceitação", uma vez que é a partir dela que surgem vários valores, bem identificados com a arte do deslocamento.

Com a aceitação, vem a adaptação às necessidades e assim, habilidades são forjadas para atingir os objetivos. Com a aceitação, vem a adaptação às prioridades na vida, a adaptação às limitações, a adaptação às liberdades, enfim, a adaptação à nossa condição de ser humano que busca completar o vazio na sua existência em algo que lhe interessa, criando sua identidade.

Com a aceitação, a simplicidade ao longo do tempo e da experiência, vai tomando forma nas atitudes da pessoa (se ela realmente leva aquilo que faz a sério). A simplicidade toma forma na gota de suor que cai durante um percurso. A simplicidade toma forma no ato de sorver o ar profundamente antes de realizar algum movimento mais "complexo". Ao dizer "complexo", entenda-se que isso não exclui a simplicidade. Segundo Einstein, "A natureza é exatamente simples, se conseguirmos encará-la de modo apropriado", então a simplicidade sempre estará lá. A aceitação da simplicidade na essência do Parkour vira a poesia do movimento.

Com a aceitação, vem a determinação, pois se reconhece os desafios e se é motivado a superá-los. Motivação! Ó motivação! Seria ela a musa inspiradora de todo atleta? Seria ela a sua fonte de energia, pilar que sustenta todo esse encantamento? Sem dúvidas, quando há determinação e motivação aliados ao trabalho contínuo, não há mais limites para o sucesso do atleta. A perseverança então ganha força, uma vez que ela pode ser personificada em amigos e família, que com seus apoios, mantém o atleta no caminho certo.

A aceitação de que o movimento rege o equilíbrio do universo, deve ser algo relevante para todo traceur. Desde as galáxias até os átomos, está tudo em movimento. E se o homem é o fruto do meio onde vive (meio este que sempre estará movimentando), então não poderíamos nos sentir mais integrados e inspirados a continuar a reproduzir o nosso movimento!

Sempre avançando!

28/05/2011

Equilibrio é a chave!

Equilíbrio é uma das habilidades que considero mais importantes para um traceur.

Você pode ser rápido, pode ser forte, mas se não há equilíbrio (nos mais variados sentidos), não está completo!
Em uma precisão ele é mais que essencial, porque dependendo do local em que é feita, um erro na cravada pode ser fatal.
Também um planche, por exemplo, se não é feito de forma alinhada e com certo "equilíbrio muscular", não será satisfatório, podendo lesar o praticante e diminuir o flow.
E até mesmo o equilíbrio mental, que permite fazer as escolhas corretas e mais seguras durante o percurso.

"Como vai se mover se não consegue ao menos ficar parado?!?"

São poucos os que se movem com perfeição sobre barras e pontos pequenos, porque é algo que demanda tempo de treino e constante apuração.

No meu início, treinava mais equilíbrio que qualquer outra coisa, porque tinha medo de ir pra rua treinar sozinho e ficava em casa treinando equilíbrio. Era a única coisa que dava pra fazer.
Mas depois que peguei confiança e passei a treinar sozinho nas ruas, deixei o equilíbrio de lado e me dediquei a outras coisas como passadas e escaladas.
Com isso fui ficando cada vez mais "desequilibrado" e hoje sou terrível nisso!
Mas já estou de volta aos antigos treinos de equilíbrio e para mim nada é mais importante. É uma prioridade!
Sei como faz falta e posso dizer que é terrível você estar num dos percursos mais perfeitos da sua vida e não conseguir cravar uma precisão no meio do caminho (isso aconteceu dois dias atrás), o que acaba com sua felicidade e te obriga a fazer tudo de novo.

Equilíbrio é sinal de controle.
Por isso treine, treine e treine!
(é o que estou fazendo)
Daí treine e treine de novo!

E se seu equilíbrio já é bom, lembre-se de focar no que não é bom, sem deixar o treinamento anterior de lado.

"Não basta ser bom, tem que ser perfeito!"

Sempre avançando!

13/05/2011

Sobre giros

Esse tema é bastante polêmico e faz voltar àquela discussão chata sobre "parkour não tem giro", "se tem giro é freeruning", etc etc. E essa postagem é justamente para analizar os giros além da estética.

Falando por experiência própria, acredito que adotar movimentos acrobáticos pode trazer ganhos consideráveis ao traceur e que serão muito úteis em um percurso. Mas não estou dizendo que as acrobacias em si devem ser usadas, porque em um percurso podem sim ser classificadas como "movimentos inúteis" e "meramente estéticos". Digo que os ganhos com o treinamento acrobático podem contribuir para o aprimoramento das técnicas de parkour.

Mas que ganhos são esses afinal?

Desde que comecei a treinar giros, tenho notado mudanças em minhas habilidades.
Mais velocidade, flexibilidade, altura nos saltos, impulso e até melhora nos reflexos são os pontos onde percebi melhoras. E tudo isso tem permitido que eu realize percursos cada vez mais rapidos e fluidos. Sem falar que me ajudou a sair do platô que eu estava a um tempo atrás.

Sei que muitos pensam que giros são 100% inúteis, mas se usados da maneira certa (como treinamento secundário para aprimoramento da velocidade, flexibilidade, impulso e reflexos) eles podem sim mostrar um lado útil.

É tudo uma questão de saber a hora em que os giros ajudam ou atrapalham.
Sempre avançando!

25/03/2011

Pra não perder o costume!

Esse vídeo foi feito com partes de muitas cenas antigas e poucas recentes.
Ficou grande, chato, lento, zoado, com péssima resolução... enfim!
Foi feito com o único objetivo de registrar a minha movimentação e alguns desafios que cumpri recentemente (como correr no quadrado, sem cair).

 O dedico a todos os meus amigos pela companhia nessa jornada.

No mais... clique neste link para ir direto ao nosso canal no YouTube e conferir.



Sempre avançando!

18/03/2011

Traceur vs. bandido

Ontem, no meu trabalho, tive notícia, por parte de um cliente, que a polícia havia perseguido (a pé) dois mal elementos no centro da cidade. Logo soube que havia sido, específicamente, bem próximo ao principal pico que usamos para treinar.

Moramos em uma cidade pequena, e essa cena de polícia perseguindo bandido (ainda mais a pé) não é comum. E quando acontece é o maior alvoroço.

Particularmente, isso me preocupou muito, não só pelo fato da polícia não ter conseguido prender os bandidos, mas por ter ocorrido perto de um pico de treino, onde as pessoas que transitam por lá e, principalmente as que moram ao lado, nos conhecem como "os-meninos-que-praticam-o-tal-de-parkour".
Inevitavelmente todos veem o que nós fazemos, e depois do ocorrido, nada os impede de pensar mal e olhar com desconfiança.

Detalhe que de tempos para cá, depois da entrevista para jornal e rádio, e por simples observação da população, conseguimos mostrar que nós traceurs não oferecemos mal algum e que realmente não estamos fazendo nada de errado.Fomos sendo mais compreendidos, quebramos a maior parte do preconceito e conseguimos mais respeito.

Infelizmente...

"É mais fácil destruir do que construir!"

 E se o ocorrido influenciar em alguma coisa?
Como o retorno de todo o preconceito ou a tomada de alguma atitude por parte das autoridades?
 Isso me preocupa!


P.S.: uma reflexão... pessoalmente não acho que o Parkour possa ser usado por bandidos porque eles não estão nem aí pra técnica e disciplina. Eles estão tão ocupados se destruindo com suas drogas que nem ligam para treino. Eles não têm capacidade física, eles não têm moral, eles não têm técnica para parkour.

Um bandido pulando muro...
Uma criança pulando muro...
Um traceur pulando muro...
São completamente diferentes.

Pena que as pessoas não veem isso!




Sempre Avançando!

02/03/2011

Livres, porém presos!

No meio filosófico do Parkour muito se discute sobre a liberdade, a utilidade das técnicas em uma situação de perigo e coisa e tal.
Pensando nisso, o parkour realmente nos oferece a liberdade, mas determinados fatores, ao mesmo tempo, nos impedem.

É fato: a maioria dos praticantes tem como principais locais de treino as praças e pequenos muros e barras espalhados pela sua cidade. Locais públicos, concordemos!
E se considerarmos uma situação de risco em que necessitaríamos usar o parkour, provavelmente não estaríamos em nenhum dos locais citados.

Como tirar vantagem das habilidades então?

Ter a ousadia de entrar em propriedade privada para buscar segurança?

Seria essa a nossa limitação?

É como ter a chave e não poder tirar as algemas...






Sempre avançando!

01/03/2011

"Parkour e a ajuda psicológica"


No mundo atual, muitas pessoas estão tristes, deprimidas, muitos jovens se deixam levar para o lado da bebida, das drogas e não estão nem um pouco preocupados em serem bons diante das pessoas, nem um pouco interessados em sempre praticar boas ações e etc.
Mas ai vocês param e me perguntam: Por que esse tracer está escrevendo isso em um blog relacionado com parkour?
Por incrível que pareça, esses problemas tem sim a ver com o parkour, não que o parkour cause isso, muito pelo contrário ele pode ajudar a você a sair dessa tristeza, ele pode te ajudar a sair dessa depressão, ele pode te tirar do caminho das bebidas alcoólicas e das drogas. Agora chega a hora que, vocês leitores desse humilde blog param e me fazem outra pergunta: Como isso pode acontecer?
Eu particularmente acho que isso é muito simples, se imagine em uma situação que você está extremamente triste, extremamente deprimido e/ou a ponto de entrar para o mundo das bebidas alcoólicas e das drogas. Agora você tem que fazer um esforço e ir para um pico treinar, chegando lá você verá que através de alguns movimentos (sejam eles precisões, ou passadas, ou até mesmo uma corrida normal), por alguns instantes , durante o tempo que você estiver treinando, você se esquecerá dos seus problemas e da vontade de entrar para o mundo das bebidas alcoólicas e das drogas. É isso ai, “parkour e a ajuda psicológica”!
Sempre avançando!

17/02/2011

Quando você não é capaz...

Estes dias tive um sonho horrível!
Daqueles de acordar suando hehehehehe.
Só quem leva o parkour a sério e o toma como parte essencial da sua vida vai me entender.

O sonho era o seguinte:
Estava eu andando por um lugar parecido com um colégio e de repente me vi sendo perseguido por uns caras bem suspeitos e para minha segurança saí correndo. Quando me dei de cara com certos obstáculos não me intimidei porque estava confiante do meu parkour e segui em frente. A partir desse momento tudo deu errado. Ao fazer a primeira passada, senti meu corpo fraco, não conseguia firmar minhas mãos nem meus pés de jeito nenhum. Entrei em desespero porque tudo o que tinha treinado acabava de ir por agua abaixo. Estava tão fraco que mal conseguia ficar de pé! Quando fui alcançado pelos que me perseguiam eu acordei.

Esse sonho me fez pensar muito sobre tudo.
Rever meus conceitos dentro do parkour e sobre minha real capacidade.
Será que estou treinando corretamente?
Será que a evolução que tive não passa de ilusão?
Será que estou realmente pronto pra usar o que sei?

Quem me conhece deve ter percebido certas mudanças no meu jeito de treinar nesses últimos dias. Estou mais focado em movimentos menos complexos e me posicionando de forma que esteja sempre pronto pra sair me movimentando.

Acho que todo traceur deve parar para pensar nestas questões e estar de tempos em tempos se reavaliando pra não correr o risco de se perder no caminho.

Pare e pense, mas não perca o flow.

Sempre avançando!

10/02/2011

Parkour como treinamento funcional.


Como o nome já diz, o treinamento funcional é um tipo de treinamento que busca desenvolver o corpo humano para que possa realizar suas funções.

Diferente dos treinamentos tradicionais com aparelhos e tudo mais, o treinamento funcional não utiliza equipamentos que estabilizem o corpo ou que exijam de cada músculo separadamente, ou seja, ele faz com que o corpo trabalhe em sua totalidade, exigindo esforço de vários músculos ao mesmo tempo, cada um com determinada função, e deixa que o próprio corpo busque estabilização.

Com base nesses conhecimentos acho que já deu pra fazer uma boa relação entre treinamento funcional e parkour né?

O objetivo do parkour é justamente esse: preparar o corpo por completo, de forma equilibrada, sem causar desproporção, permitir que ele se movimente pelo ambiente e realize suas funções, minimizando a possibilidade de alguma lesão.

Portanto, o parkour, como treinamento funcional que é, oferece aos traceurs:
  • Equilíbrio (estático e em movimento);
  • Boa postura;
  • Flexibilidade;
  • Resistência muscular e cardiovascular;
  • Força;
  • Coordenação motora;
Acredite... é tanta coisa que não cabe numa postagem só!
(Resumindo: o seu corpo vai poder fazer o que foi feito para fazer!)


Mas lembre-se que os movimentos devem ser feitos sempre de forma correta.
E com muita dedicação!

Movimento é Tudo! Faz parte do SER humano!


Sempre avançando!

26/01/2011

Definição de Parkour


A pedidos de uma leitora do blog que ainda é leiga quando o assunto é parkour, eu dedicarei esse post para poder tentar definir o que é parkour visto de uma óptica mais simples e menos subjetiva.

Parkour (variação do francês "Parcours", que significa Percurso) ou L'art du Déplacement (literalmente, Arte do Deslocamento) encontra sua origem na França, país dos criadores da prática, que são David Belle, Sébastien Foucan e os outros membros fundadores do Parkour. A escolha do nome "Parkour" também se deve a um método de treinamento militar, o "parcours du combattant" (percurso do combatente) proposto por Georges Hébert, que foi um esportista e educador físico francês. O "parcours du combattant" utilizava o Método Natural de Educação Física, que desenvolve as habilidades naturais do homem para facilitar a sua sobrevivência no ambiente em que vive. Ele divide as principais habilidades naturais do homem da seguinte forma: caminhar, correr, saltar, escalar, quadrupediar, equilibrar, carregar e arremessar coisas, lutar e nadar. É do Método Natural que vêm as máximas muito aplicadas na filosofia do Parkour: "Ser forte para ser útil" e "Ser e durar".

A atividade física conhecida como Parkour é dificil de ser categorizada e até ser explicada, pelo fato de ser algo inovador, extremo e mais que tudo útil a todos os seres humanos. Parkour é a arte de superar os obstáculos físicos quaisquer e também os obstáculos psicológicos, como medo, preguiça, vergonha, tédio, etc. Nunca se sabe quando sua vida dependerá das suas habilidades e com o Parkour, você estará sempre preparado para qualquer situação. Assim como as artes marciais, o Parkour garante ao praticante, com muito treino, o auto-conhecimento, força, velocidade, agilidade, destreza, concentração, raciocínio rápido, bons reflexos, entre outras habilidades.

O praticante de Parkour é conhecido pelo termo "Traceur", e a praticante como "Traceuse". Esses substantivos são derivados do verbo em francês "tracer", que significa traçar. A escolha do verbo se justifica pelo fato do praticante "traçar" o percurso que deseja fazer da forma mais eficiente que se encaixa dentro dos objetivos do traceur.

Assim como toda atividade intensa, o Parkour oferece vários riscos de lesão ao praticante desatento, por isso é sempre importante a presença de outro praticante experiente para lhe ajudar no pior dos casos e lembre-se faça somente o que seu corpo permite e por sua própria conta e risco. Devemos agir sempre com cautela, respeitar as nossas limitações, respeitar o ambiente em que treinamos, as pessoas em nossa volta e ter sempre muita concentração e auto-conhecimento para que o universo conspire ao nosso favor, minimizando as chances de acidentes.

Esses são os nomes de alguns movimentos do Parkour (os termos predominantemente em francês, devido a origem da prática):
  • Saut de chat
  • Saut de bras
  • Demitour
  • Precision
  • Láchê
  • Planche
  • Equilibre
  • Franchissement
  • Quatrupedia
  • Passe muraille
  • Saut contraire
  • Saut de fond
  • Tic-Tac
  • Rolamento
  • Saut de détente, etc
Existem muitos grupos e associações de Traceurs pelo mundo inteiro, em diversos níveis da arte do deslocamento. Citarei aqui alguns deles e seus respectivos sites:
E também não deixe de assistir a esses filmes que representam e muito bem o Parkour:
  • B-13 - 13º distrito
  • B-13 Ultimato
  • 007 - Cassino Royale
  • Ong Bak
(Note que o ator principal do filme B-13 é David Belle, um dos fundadores da arte).

Espero que tenha contribuído na divulgação da boa imagem da arte do deslocamento e ao tentar definir essa prática sempre útil e fascinante. Caso tenha ainda algumas dúvidas acerca do Parkour, sinta-se à vontade em nos perguntar na seção comentários dos nossos posts.
Sempre avançando!